A música para o pianista Chico Moura, além de paixão, é válvula de escape, brincadeira e trabalho. É tudo isso e mais um pouco. Quando não está trabalhando no austero e estressante clima bancário, refugia-se no estúdio nos fundos de sua residência, no bairro de Santa Tereza, onde nasceu e foi criado. “A música é um vicio para mim. No estúdio, eu toco, busco melodias, componho e relaxo das tensões do dia a dia”, afirma ele.
A história de Chico com o dedilhar nos teclados começou ainda aos 11 anos, na aula de piano. Com 16 anos, o adolescente já estava mergulhando de cabeça em sua primeira banda, a Horizonte, que tocava rock progressivo, estilo que o acompanha até hoje. “Nem sei como conheci os meus colegas de banda. Quando vi já estávamos tocando em bares e bailes”, afirma o pianista.
Por morar em Santa Tereza passou a frequentar as rodas de música e ensaios de nomes importantes da música mineira como Lô Borges, Beto Guedes e Toninho Horta. Sua casa, a mesma em que reside atualmente, passou a ser conhecida pelos vizinhos e amigos como o point do som. “Era uma festa aqui. Juntava muita gente na garagem e fazíamos um som muito bacana. Era animado”, lembra.
O talento ao piano passou a ser reconhecido e começou a ser requisitado para tocar em shows e gravar seu teclado em trabalhos de amigos. No início da década de 1990, surge seu primeiro álbum, Estelar, que conta com Lô Borges, interpretando Seres Humanos, composta por Chico.
O álbum contou ainda de Julia Horta, Flávio Venturini, Silvia Klein e Chico Amaral. Atualmente, Chico Moura está trabalhando no seu segundo álbum, que deve ser lançado ano que vem. “Vem coisa boa por aí. Tem algumas surpresas que estou trabalhando”, revela.
Quando consegue conciliar sua agenda com a de outros colegas sobe ao palco com a banda MGTM, que toca músicas de grupos de rock britânico como Oasis, Coldplay e Beatles. “Tenho vontade de tocar mais o lado progressivo do Clube da Esquina com a banda”, revela.
Matéria publicada em outubro de 2016
