Este é um dos versos da canção do Maurício Messias Queiros, mais conhecido como Geleia, feita em parceria com outro santaterezense, o Carlos Xinfra, que homenageia nossa querida Santê.
Geleia, como gosta de ser chamado, é profissional especializado em embalagens plásticas personalizadas e empresário da banda Cúpula Sonora, do cantor Sérgio Satti, além de compositor nas horas vagas. Ama tanto este lugar, que ele considera encantado, que há tempos procurava uma forma de homenageá-lo e foi por meio da música, Ruas de Santa Tereza, que ele encontrou esse caminho.
“Nasci em Santa Tereza, em 1972, e sempre quis fazer algo para mostrar meu amor pelas ruas, pelas pessoas, pela cultura do bairro. Então resolvi fazer uma canção. E me baseei na frase do compositor Rômulo Paes: Minha vida é subir Bahia e descer Floresta, porque, além de eu fazer o trajeto dele sempre, a minha vida também é descer Mármore e subir Quimberlita”.
Ele fez a primeira estrofe, colocou a música, mas seu amigo historiador Luis Goes achou pequeno e sugeriu que aumentasse. “Fiz a segunda parte e meu amigo, Carlos Chacrinha, da família musical dos Porfírios – que nos deu o saudoso compositor Zé Neto e a cantora Loslena -, colocou o ritmo e gravou em seu estúdio. É uma coisinha simples, mas de coração”, comenta Geleia.
Como uma homenagem tem de ser anunciada, não pode ser um ato solitário, fizeram o vídeo, onde aparecem os ícones de Santa Tereza que não devem ser esquecidos, segundo ele: Clube da Esquina, Sepultura, Bolão, Bar do Orlando, a Praça, o Goes.
Que tá fora quer entrar , que tá dentro não quer sair
Assim, Maurício define Santa Tereza. “E um bairro cortejado por seus moradores e por quem frequenta. Minha sobrinha e o marido mudaram, há poucos meses, do São Bento pra cá. Ele gostou tanto, descobriu o bairro e diz que não sai mais daqui, onde ele anda à vontade, faz tudo a pé”.
E ele complementa: “Aqui é um interiozão, onde você tem tudo em um pequeno espaço: igreja, praça, o cinema, boteco, restaurante, farmácia. Não é em qualquer lugar que se vê este conjunto pronto, esse clima maravilhoso, onde as pessoas acabam por se encontrar. Fora o desapego ao luxo, onde você anda à vontade, de chinelo, bermuda”.
Além disso, segundo ele, “é um lugar cheio de cultura e muitas histórias. Minha mãe conta que nos anos 60, os rapazes do Clube da Esquina, de vez em quando se encontravam na porta da lojinha, que tem em frente a minha casa – Quimberlita com Bom Despacho, e quando o cheiro da maconha chegava lá em casa, meu pai ficava bravo e tocava todo mundo”.
Para Maurício, o bairro é perfeito e no momento a preocupação dever ser com a manutenção da Lei da Área de Diretrizes Especiais – ADE. Ele explica que “claro que tem uma coisa ou outra. No geral não vejo grandes problemas. Agora é preciso preservar a ADE. Nenhum comércio, como a Drogaria Araújo, por exemplo, vale modificar a Lei, que protege nosso trânsito tranquilo e a forma de viver. Ao mexer na lei para uma empresa, amanhã tem outra maior, querendo a mesma coisa. Todo comércio é bem vindo, mas que respeite o que manda a Lei.
Ruas de Santa Tereza
(Maurício Queiros – Geleia- e Carlos Xinfra)
A minha vida é uma beleza
Andar nas ruas de Santa Tereza
A Minha vida é esta
Subir Bahia e descer Floresta
A minha vida é tão bonita,
Descer Mármore e subir Quimberlita
Santa Tereza, Santa Tereza, Santa Tereza
Que me faz tão bem
Esquinas de reis imortais
Que guardam pérolas de um povo audaz
Não tenho mar, mas sei amar
Ando sozinho eu vou te mostrar
Te conhece não te esquece mais
Só se for louco ou viveu demais
Santa Tereza, Santa Tereza, Santa Tereza
Que me faz tão bem!
